TEMA 1: Os média na formação a distância

A temática da utilização dos média na formação a distância leva-nos a falar de conceitos de coordenação, cooperação e co-construção na aprendizagem.
Tais conceitos têm um impacto fundamental no isolamento dos alunos, e no complemento das suas necessidades individuais de aprendizagem, e são alicerces das comunidades interativas de apoio à aprendizagem.
Estas comunidades, apoiadas pelos novos média, permitem reduzir a distância transacional através de diferentes ferramentas de interação.
Enquanto no ensino tradicional o aluno assume uma postura passiva na aprendizagem online espera-se que os alunos tenham um maior grau de autonomia e controle.
Os estudantes “online não devem apenas entender as ideias e conceitos, mas devem igualmente ser capazes de explicá-las” (Fahy, página 4) e articula-las, sendo que o processo de aprendizagem não se pretende solitário.
O diálogo é visto como uma ferramenta essencial para a interação e uma das principais funções do professor online é modera-lo para que os estudantes sejam capazes de proceder à compreensão significativa dos temas através da interação e colaboração.
Os estudos efetuados recentemente, revelam que o tipo de utilização que o estudante faz dos meios de comunicação é mais importante que aquele que o professor faz, pois é essa utilização que provoca a consolidação da aprendizagem por parte dos próprios estudantes.
Também revelam que “a experiência de ensino do professor não importa tanto como a experiência do professor com a tecnologia” (Fahy, página 5), pois o sucesso de ensino está também dependente da utilização correta das ferramentas tecnológicas que estes selecionam e a forma como as utilizam.
Assim, é de uma importância vital, para a aprendizagem dos estudantes online, que os intervenientes no processo de aprendizagem saibam escolher os meios mais adequados para cada situação de aprendizagem sendo geridos por professores experientes na sua utilização.

Reflectindo
Na minha opinião, os média, em particular as ferramentas tecnológicas associadas à internet, trouxeram à educação a distância novos paradigmas pedagógicos.
No fundo, a educação a distância tem agora mais possibilidades de cumprir os seus objetivos de aprendizagem com sucesso.
Para tal é vital que todos os profissionais da educação estejam consciencializados para a boa utilização dos média incluindo a respetiva seleção e implementação no processo de aprendizagem. 
Um boa seleção dos média, e a sua correta gestão, permite que a educação a distância assuma um perspetiva construtivista fruto da cooperação e colaboração dos intervenientes.

Fonte: Fahy, P. (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online. Texto C, disponibilizado na plataforma da UC.

TEMA 2: A promessa de desenvolvimento

Os avanços tecnológicos trazem hipóteses de novas ferramentas e novas utilizações que podem ser aplicadas ao contexto da educação e aprendizagem.
Novas internets
O modelo atual da internet tem algumas fragilidades, decorrentes do seu rápido crescimento e utilização massiva.
Existem projetos para criar uma nova internet mais rápida e segura de forma a servir melhor as necessidades das comunidades virtuais de aprendizagem.
Acesso à internet baseado na realidade do mundo em desenvolvimento
Em muitas regiões do mundo em desenvolvimento as infraestruturas de comunicação, já implantadas nos meios desenvolvidos, não podem ser garantidas e as comunicações suportadas por modernos computadores e sistemas informáticos não são viáveis.
Nestes casos, não se deve implementar os meios de comunicação tradicionais do mundo desenvolvido mas novos modelos que não estejam dependentes do cumprimento de etapas tecnológicas que essas regiões não viveram.
“A capacidade das sociedades em desenvolvimento contornarem algumas das etapas do  crescimento de infraestruturas (…) é a razão principal das nações emergentes se movimentarem mais rapidamente” (Fahy, página 18), e implementarem soluções tecnológicas avançadas.
Enquanto isso, os países mais desenvolvidos têm que fazer um esforço suplementar em substituírem, ou adaptarem, as suas atuais infraestruturas para fazer face às novas necessidades tecnológicas.
Software social
Software social pode ser definido como um “meio que promova a colaboração, formação e apoio/suporte de grupos” (Fahy, página 20).
São exemplos, ferramentas disponibilizadas na internet atualmente, como: salas de conversação em tempo real, fóruns, blogues, Wikis, redes sociais, jogos em rede, etc..
O software social, no contexto da aprendizagem, “estimula a aprendizagem colaborativa e orientada para a comunidade, baseada numa participação e associação voluntária” (Fahy, página 20). Evidencia, ainda, a importância da interação interpessoal para a concretização dos objetivos da aprendizagem.
De facto o software social irá refletir e facilitar essa interação, participação, colaboração.
Software Open Source
Também conhecido por software livre, é o nome que se dá aos programas cujo código de programação está aberto a modificações e é tendencialmente grátis, “como forma de promover a experimentação e a concorrência” (Fahy, página 21), por oposição ao software produzido pelas grandes multinacionais de software.
São exemplos de Software Open Source: Linux (sistema operativo), OpenOffice (pacote de programas de produtividade) , Firefox (navegador de internet), etc.
No contexto educativo, o software livre vem resolver muitos dos problemas relacionados com o acesso legal aos programas. Dado que não comporta custos financeiros (ou tem custos reduzidos) é mais fácil as instituições e os estudantes procederem à sua instalação nos seus computadores.
Por outro lado, visto que é permitida a cópia do mesmo, incentiva a partilha dos programas entre os próprios alunos conforme as suas necessidades.
O aspeto ético também é importante visto que a sua utilização (sem qualquer pagamento) e a partilha não é considerada crime, antes pelo contrário é incentivada.
Tecnicamente, e visto que se pode aceder ao código de programação, os utilizadores mais experientes podem proceder a alterações, correções e adaptações deste, melhorando o seu funcionamento.
Concluindo, a sua utilização revela um espírito de boa vontade, participação, partilha e colaboração a bem da comunidade, sem qualquer benefício económico.

Reflectindo
Considero que, os constantes desenvolvimentos das novas tecnologias trazem à educação inúmeras hipóteses de trabalho materializadas em ferramentas e conceitos de trabalho que devem ser objeto de um detalhado estudo por parte de todos os intervenientes no processo educacional.
É dever de cada um estar a tento aos desenvolvimentos destas “promessas” para que consiga retirar o melhor das suas vantagens e contornar algumas desvantagens.
Além disso, sou da opinião que a criatividade e inovação são dois fatores-chave para que a aprendizagem se realize com sucesso.

Fonte: Fahy, P. (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online. Texto C, disponibilizado na plataforma da UC.

Conclusão

“A aprendizagem online continua a amadurecer” (Fahy, página 22) fruto da sua relação com os média e da contribuição das novas tecnologias assim como devido à utilização de uma pedagogia adequada.
Mas existem ainda constrangimentos, como os custos económicos do acesso às novas tecnologias e da aquisição e atualização dos softwares e a necessidade da formação de muitos dos intervenientes no processo de educação.
Vivemos numa sociedade em que “estamos cada vez mais a querer estar online para o vasto conjunto de finalidades, incluindo a aprendizagem” (Fahy, página 23), o que implica que todos os educadores estejam atentos a estas novas necessidades.
Penso que o processo educativo deve adaptar-se às características das pessoas e ao seu estilo de vida. Se, atualmente, as pessoas vivem “online” é normal que também pretendam aprender por este meio. 
Assim todos os intervenientes na educação devem estar preparados para responder a esta necessidade das pessoas: aprender “online”.

Fonte: Fahy, P. (2008) - As Características dos Meios de Aprendizagem Interactiva Online. Texto C, disponibilizado na plataforma da UC.